terça-feira, 3 de março de 2015

CAPÍTULOS XVI - XVIII


  

 CAPÍTULO XVI



    Numa ocasião, o Sublime pregou a um grupo de jovens, que passou pelo Buddha e Seus discípulos carregando bolos. Estes jovens encontraram Mahakassapa, um destacado discípulo do Buddha, e lhe ofereceram os bolos. Mahakassapa apreciou o gesto, mas pediu aos jovens que oferecessem bolos também ao Buddha. E assim eles o fizeram, alegremente. O Buddha veio a explicar-lhes este simples ensinamento: "Quem quer que seja virtuoso, sábio, compreenda as Quatro Nobres Verdades e realize seus deveres, é amado por todos, inclusive pelos seres divinos".

  
  

 CAPÍTULO XVII

    Certa vez, o Sublime viajou para ensinar à irmã de Moggallana, que estava com doença de pele muito séria. Mahamoggallana aconselhou-a a construir um salão para abrigar os monges itinerantes de todas as partes. Este ato meritório ajudou-a a recuperar-se de sua doença. O Sublime explicou que a doença que tinha era devido ao sentimento de raiva e orgulho acumulados, coisas que bloqueiam o vôo da pessoa em direção das alturas Nirvânicas.

  

NOTAS

  (17) - É costume até hoje, nos países budistas do sul, o povo dar de bem grado comida àqueles que estão no caminho espiritual. 
(18) -  Kahapana é uma moeda de ouro, um crore é igual a um bilhão. 




CAPÍTULO XVIII

    O Sublime havia atingido idade avançada. Ele tinha um discípulo chamado Chunda no vilarejo de Pava, perto de Kusinara. Esta cidade era a capital do Reino dos Malla ao norte da Índia antiga, toda retalhada em Reinos. Como devoto, Chunda pediu ao Buddha e Seus discípulos para comerem em sua casa. O convite foi aceito, mas após a refeição, o Budha ficou doente, mas teve de viajar de volta para Kusinara assim mesmo. Logo sentiu-se bem ao suprimir as dores. Estava com sede. Pediu água a Ananda, que foi até o rio, mas como uma caravana havia acabado de cruzar, a água estava muito suja. Ananda explicou o fato ao Buddha, mas Ele pediu água de novo, dizendo que agora o rio estava limpo, como de fato. Podia-se ver até o fundo do rio. O Buddha bebeu da água, e foi descansar num jardim chamado Upavattana, próximo de Kusinara. Agora Ele se sentia muito cansado. Pediu a Ananda um leito virado para o norte, entre duas árvores sala. O Sublime deitou-se sobre o lado direito. Sentiu-se fragrância de flores se espalhar por todas as partes. Sons melodiosos se ouviram. Muitos seres celestiais se encontravam no local ao redor do Buddha, homenageando-O, pois sabiam que a hora era chegada e que Ele partiria em breve, para não renascer mais. Todos os discípulos estavam apreensivos, e Ananda chorava amargamente. Buddha chamou-o e disse docemente: "Ananda, seus méritos acumulados são incomensuráveis; você alcançará em breve a Bem-aventurança. Seu choro é inútil. Tudo o que nasceu está sujeito à morte, portanto dediquem-se com energia ao trabalho de emancipação final". O Sublime pede a Ananda para ir ter com os Reis Malla e relatar Seu eminente Passamento. Os Reis choraram muito, e foram com suas famílias até o local onde o Buddha se encontrava. Ao se aproximarem, fizeram mesuras honrosas. O Senhor explicou as Quatro Nobres Verdades e o Caminho Óctuplo mais uma vez. Ele pediu a Ananda e Seus discípulos para não se entristecerem. Mas Ananda ainda chorava, pensando: " Não teremos mais o Mestre, após a Sua morte". O Buddha disse: "Que o Dhamma (Ensinamentos) seja vosso Mestre !" O Buddha pediu aos discípulos para levantarem naquele momento suas dúvidas, de forma que Ele pudesse explicar, mas todos permaneceram calados. Ele aconselhou aos monges diligência e fé. "Tudo que é composto, decompõe-se. Entro agora no Nirvana". 
Os Arahants permaneceram quietos, mas não podiam deixar de lamentar não mais poder ouvir o Dhamma da boca do Buddha outra vez. No dia seguinte, eles carregaram perfumes, flores e instrumentos musicais, e os Reis Malla prepararam a cremação com a maior reverência e dedicação. A fumaça negra cobriu os céus. Só restaram os ossos e dentes. Após a cremação, um brâmane de nome Drona dividiu os restos mortais em oito partes. Estas partes foram repartidas entre representantes de diferentes Reinos, que as colocaram em seus respectivos relicários (stupas). Hoje, encontramos muitos pagodes (ou stupas) nos países budistas, construídos para relembrar o Mestre e Seu Dhamma. 
O Nobre Caminho Óctuplo que Ele ensinou é promessa de Paz e Felicidade para aqueles que o praticam; caminho que leva à Bem-aventurança do Nibbana (Nirvana). Nele encontramos o fim dos renascimentos, do sofrimento, da decadência, da doença, da velhice e da morte. O estado do Nibbana é pureza, em todos os sentidos.

  
  
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário